Aliança simbólica entre Aécio e Corina escancara que a escolha do prêmio se faz por cálculo geopolítico, não por reconciliação

O deputado Aécio Neves (PSDB-MG) publicou recentemente uma foto ao lado da oposicionista venezuelana María Corina Machado, um ato simbólico que, para críticos, desmonta a narrativa oficial do Nobel da Paz concedido a ela — transformando o prêmio em peça de geopolítica. Segundo o site Esmael Morais, Aécio é “protagonista do enredo que inaugurou o ciclo de golpes no Brasil” por não reconhecer sua derrota em 2014.

No post, a imagem é apresentada como prova de que María Corina teria relações próximas a figuras políticas que protagonizam agendas conservadoras no Brasil. Essa associação explícita coloca em xeque a ideia de neutralidade do Nobel, sugerindo que se trata mais de provocação política do que de reconhecimento de trabalho pacificador.

Para analistas críticos, a simbologia da fotografia revela como o bolsonarismo brasileiro tenta – por meio de alianças visuais e simbólicas – capitalizar o prêmio concedido à líder venezuelana. O uso político e midiático da imagem pretende legitimar narrativas já alinhadas entre direita latino-americana.

Essa manobra traz à tona duas preocupações institucionais: primeiro, que prêmios globais como o Nobel sejam apropriados por agendas ideológicas externas; segundo, que movimentos de oposição em países autoritários recebam reforço simbólico de atores internos que já disputam hegemonia no Brasil.

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