PT exige afastamento de bolsonarista por votar arquivamento de processo contra Eduardo
Lindbergh aciona Mesa da Câmara para substituir relator que chamou Eduardo de “amigo” e votou arquivamento

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou junto à Mesa Diretora da Câmara recurso pedindo o afastamento imediato de Marcelo Freitas (União-MG) como relator da Representação nº 22/2025, que apura possíveis irregularidades cometidas por Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo o recurso, Freitas mostrou “amizade e alinhamento político público e notório” com o investigado — comportamento que, para o PT, compromete a imparcialidade exigida.
No documento, o PT cita declarações do relator como evidência de parcialidade: Freitas já chamou Eduardo de “amigo” e afirmou ter “fidelidade irrestrita ao governo Jair Bolsonaro” — o que, para os petistas, viola os princípios da moralidade, impessoalidade e legalidade.
Mesmo após o pedido de suspeição, o relator votou pelo arquivamento do processo disciplinar, o que, segundo o recurso, confirmou “na prática a parcialidade já demonstrada” e “macula a legitimidade do processo”.
Lindbergh também solicita que a Mesa anule a decisão do Conselho de Ética, designe novo relator entre parlamentares sorteados e investigue a paralisação de outras representações contra Eduardo Bolsonaro, que estão sem relator definido ou sem tramitação.
O PT alega que Eduardo cometeu quebra de decoro parlamentar ao abandonar mandato, propor sanções externas contra o Brasil e proferir declarações com “caráter golpista”, ameaça explícita ao processo eleitoral de 2026.
Agora cabe à Mesa Diretora decidir se acolhe ou rejeita o pedido de afastamento do relator. A expectativa política é de que o caso acenda tensões sobre o uso político do Conselho de Ética e sobre o limite entre poder de investigação e blindagem parlamentar institucional.
Fonte: Diário do Centro do Mundo