Redação

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) manifestou otimismo nesta quinta-feira (9) sobre o progresso da proposta que pretende extinguir a prática da escala 6×1 no Brasil. Em entrevista, ela declarou acreditar que há condições políticas e articulatórias para que o texto continue tramitando, embora não espere uma votação no plenário da Câmara ainda este ano.

Hilton explicou que vem mantendo reuniões com membros do governo e lideranças partidárias para consolidar apoio à iniciativa. Ela citou contatos com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e ressaltou a importância de retomar agendas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet — encontros que, por enquanto, foram adiados por compromissos externos.

Um ponto decisivo, na visão da parlamentar, foi a leitura prévia de relatório de proposta similar na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Segundo ela, esse movimento pode destravar a tramitação, abrindo caminho para articulações mais amplas no restante da Casa.

Apesar da confiança, Erika reconheceu que o texto precisa passar por ajustes e consensos políticos para ampliar sua viabilidade. Ela enfatizou que o governo considera o fim da escala como prioridade nas tratativas políticas e de governo.

Se aprovada, a mudança representaria avanço importante nos direitos trabalhistas: os trabalhadores que hoje enfrentam seis dias de trabalho seguidos com apenas um dia de folga teriam nova garantia constitucional ou legal de jornada mais justa.

O panorama agora depende da habilidade de costura política entre governo, partidos de esquerda, centrais sindicais e parlamentares independentes. A articulação será testada nos próximos meses — até lá, o projeto segue no foco de quem aposta numa virada estrutural para o mundo do trabalho.