Isolado, Eduardo Bolsonaro se apega a Milei enquanto Trump e Lula conspiram alianças
Sem força política própria, filho 03 do clã Bolsonaro recorre ao “herói argentino” no momento em que Trump busca aproximação com Lula

Em um cenário político de forte recalibragem internacional, Eduardo Bolsonaro aparece isolado no tabuleiro brasileiro — sem apoio consistente dentro do bolsonarismo tradicional e sem musculatura eleitoral própria — e agora se apega ao argentino Javier Milei como tábua de salvação simbólica e retórica.
Desde a transição política global marcada por tentativas de convergência entre Trump e Lula, o filho 03 de Bolsonaro parece buscar alianças alternativas. Ele tenta surfar na imagem radical de Milei, divulgando declarações de apoio mútuo e gestos públicos, como tentativa de resgatar visibilidade política.
Mesmo assim, o gesto revela desespero: na realidade, Eduardo já não consegue operar como protagonista. Seu poder de mobilização está esgarçado e suas falas soam cada vez mais deslocadas em meio à política nacional — enquanto Lula e Trump protagonizam movimentações estratégicas que reordenam alianças geopolíticas.
A química aparente entre Trump e Lula — motivada por interesses comerciais, estratégias diplomáticas e disputas de influência no Sul Global — torna edições como a aposta de Eduardo em Milei ainda mais fora de tom.
Enquanto isso, o “mercado bolsonarista” já volta os olhos para quem pode, de fato, disputar espaço no centro ou na extrema, com personalidade própria — e não como herdeiro político isolado.
É nesse vácuo que Eduardo tenta se adensar ao discurso autoritário e ultraliberal de Milei, na esperança de reverter seu próprio apagamento. Mas aliados históricos sabem: político que se sustenta em mimetismo de exterior não constrói poder real.
Esse episódio escancara um fato que poucos querem admitir: o bolsonarismo perde oxigênio interno, seus filhos lutam por espaço, e o núcleo 01 já não é mais eixo. Eduardo busca um grito emergente — mas sem base orgânica — enquanto o jogo de grandes potências redesenha divisões nesta nova guerra geopolítica.