Redação

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), pretende solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para visitar Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar, para tratar da articulação sobre quem disputará vaga ao Senado em 2026 pelo grupo bolsonarista.

A manobra revela mais do que mera costura eleitoral: escancara os dilemas internos do PL-RJ entre facções rivais e a necessidade de Bolsonaro — mesmo preso — exercer controle decisório sobre escolhas estratégicas.

Segundo colunistas, Castro pretende ao encontro discutir a chapa senatorial — já que a primeira vaga estaria destinada a Flávio Bolsonaro, e a segunda permanece em disputa, especialmente com o senador Carlos Portinho.

A autorização judicial para a visita é condição essencial: Bolsonaro cumpre prisão domiciliar sob condições determinadas pelo STF, e qualquer interlocução presencial precisa ser aprovada previamente pela Corte.

O cenário também indica que Castro já está insatisfeito com seu espaço no PL no estado. Ele foi sondado para migrar a outras siglas, como PP, Republicanos ou União Brasil.

Nos bastidores, há quem avalie que Castro poderia desistir da disputa senatorial, permanecer no governo até o fim e priorizar fortalecer sua base no interior estadual — evitando também que o comando estadual do Rio passe para seu rival político.

Esse episódio mostra que a máquina política bolsonarista ainda tenta se articular mesmo sob restrições jurídicas: Bolsonaro — preso, silenciado e judicializado — segue figura central nas decisões eleitorais do grupo. É um teste aberto à capacidade da institucionalidade forçar limites à influência de quem tenta se manter no poder mesmo sob medida coercitiva.

Fonte: Infosaj / Metrópoles