Bolsonaro aceita candidatura de Tarcísio, mas exige Michelle como vice, dizem aliados
Ex-presidente condiciona apoio à escolha da ex-primeira-dama como vice e à costura de frente ampla de direita

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) declararam nesta sexta (3) que o ex-presidente teria decidido apoiar Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato ao Planalto em 2026 — desde que sejam cumpridas duas exigências: Michelle Bolsonaro figura como vice na chapa, e o governador paulista articule uma frente unificada entre partidos de centro e direita.
O encontro entre os dois teria ocorrido em Brasília na segunda-feira (29), enquanto Bolsonaro cumpre prisão domiciliar. Após o encontro, Tarcísio disse à imprensa que pretende disputar a reeleição em São Paulo — postura que contrasta com sua possível candidatura nacional.
Quem apoia essa configuração afirma que Bolsonaro quer manter seu sobrenome na chapa e considera Michelle elemento de coesão para ativar sua base corporativa no interior e nos bastiões conservadores.
Mas os obstáculos são muitos. Diversos partidos de centro e de direita rejeitam a presença de Michelle Bolsonaro como vice por considerarem nociva à viabilidade eleitoral da chapa. Alguns dirigentes sugerem nomes como Ciro Nogueira (PP-PI) ou Tereza Cristina (PP-MS) para o posto, caso as exigências familiares não sejam aceitas.
Há ainda incertezas sobre a determinação de Tarcísio de disputar o Planalto. Em círculos próximos, ele avaliaria o desgaste político interno — pela oposição de Eduardo Bolsonaro e pela complexa conjuntura nacional — e consideraria manter seu foco em São Paulo como alternativa mais segura.
Por ora, o plano exigido por Bolsonaro parece funcionar como tática de barganha: ele oferece apoio condicionado, tentando manter controle sobre a composição da chapa e sobre articulações políticas que podem ameaçar sua posição nos bastidores.
Fonte: Brasil 247