Agência consulta organismos internacionais para viabilizar o uso do fomepizol e ampliar arsenal terapêutico contra contaminações alcoólicas

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta sexta-feira que está em contato com autoridades sanitárias de diversos países para viabilizar a importação do fomepizol, considerado o antídoto de referência para intoxicações por metanol.

Segundo reportagem do G1, a agência acionou órgãos como a FDA (EUA), EMA (União Europeia) e similares no Canadá, Reino Unido, China, Japão, México, Argentina, Suíça e Austrália. Por ainda não haver registro sanitário do medicamento no Brasil, a Anvisa lançou edital internacional buscando fabricantes ou distribuidores com estoque imediato.

O fomepizol age impedindo a conversão do metanol em metabólitos tóxicos — responsáveis por danos a nervos, fígado e visão. Na ausência desse antídoto, o tratamento de suporte costuma recorrer ao etanol farmacêutico, que atua como “competidor” da enzima que metaboliza o metanol, mas com menor eficácia.

Além disso, a Anvisa coordenou esforços com laboratórios brasileiros para ampliar a capacidade de análise de bebidas suspeitas. Foram mobilizados o Lacen do Distrito Federal, o Laboratório Municipal de São Paulo e o INCQS/Fiocruz, para avaliar amostras potencialmente adulteradas. Também se intensificam as fiscalizações estaduais e municipais em bares e locais de venda de bebidas alcoólicas adulteradas.

Neste contexto, o Governo ativou uma Sala de Situação Nacional para monitorar casos de intoxicação e articular medidas integradas entre Anvisa, Ministério da Saúde, ministérios da Justiça e órgãos de segurança.

O avanço dessa articulação internacional é crucial: enquanto o antídoto não chega, vidas estão em risco. A demora institucional pode custar perdas irreparáveis — sobretudo em um surto já confirmado em várias unidades federativas.

Fonte: Brasil 247 / G1

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