Reino Unido e Rússia podem já estar em guerra, afirma ex-chefe do MI5
Eliza Manningham-Buller alerta que conflito híbrido entre Moscou e Londres já opera por ataques cibernéticos, sabotagem e espionagem

Em declaração recente ao podcast Lord Speaker’s Corner, a ex-chefe do serviço de inteligência britânico (MI5), Eliza Manningham-Buller, afirmou que o Reino Unido e a Rússia podem já estar em situação de guerra, embora sem combates convencionais declarados.
Para ela, o conflito entre Moscou e Londres já se desenha por meio de operações de espionagem, ataques cibernéticos, sabotagens e ações de inteligência — um tipo de confronto que dispensa exércitos em campo, mas mantém elevada hostilidade.
Manningham-Buller reforçou que concorda com a análise da especialista em Rússia Fiona Hill, que também tem alertado para esse novo formato de guerra estatal — mais dissimulado, mas igualmente danoso.

Casos recentes que reforçam o alerta
Nos últimos meses, autoridades britânicas confirmaram prisões de cidadãos búlgaros vivendo no Reino Unido sob acusação de espionagem para Moscou.
Além disso, foram condenados indivíduos por incendiar um armazém em Londres que armazenava suprimentos destinados à Ucrânia, em operação atribuída à Rússia.
O governo britânico já vinha monitorando intensa atividade cibernética russa voltada a empresas e instituições no Reino Unido, enquanto países europeus relataram casos semelhantes de invasões hacker e incursões aéreas vindas de Moscou.
O que isso significa para o mundo
A declaração de Manningham-Buller aponta para uma redefinição dos limites do que pode ser considerado guerra. Mesmo sem guerras convencionais, ações malignas no ciberespaço, sabotagem econômica ou ataques encobertos podem representar agressões de Estado.
Para países que dependem de cadeias tecnológicas, redes energéticas e infraestrutura digital — como o Brasil — esse modelo híbrido impõe riscos estratégicos crescentes.
Fonte: DCM