Presidente da Câmara defende ampliar faixa de isenção para até R$ 5 mil como medida de justiça social

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou nesta quarta-feira (1º) que a proposta de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil “sempre foi prioridade” de sua gestão, em meio a uma ofensiva política para reconstruir sua força no Congresso.

Motta justificou que a matéria não é uma “concessão estatal”, mas sim “reconhecimento de direito” aos trabalhadores que ganham até esse valor.

A pauta deve ir a votação ainda hoje no plenário da Câmara — e surge em um momento de desgaste para Motta, que enfrentou reveses recentes na tramitação de temas sensíveis como a PEC da Blindagem e propostas de anistia ampla para os atos de 8 de janeiro.

Contexto político e motivações

Nos últimos dias, Motta vinha sofrendo perdas de prestígio no Congresso. A PEC da Blindagem foi rejeitada pelo Senado, e sua tentativa de aprovar anistia ampla foi reduzida sob forte resistência.

Nesse cenário, o presidente da Câmara aposta em pautas com forte apelo popular — como a isenção do IR e temas de segurança pública — para recompor sua liderança e evitar que o Senado, liderado por Davi Alcolumbre (União-AP), assuma protagonismo em temas de grande visibilidade.

Debate fiscal e impacto social

Se aprovada, a isenção para quem ganha até R$ 5 mil deverá atingir milhões de contribuintes de renda média e baixa. A ampliação da faixa de isenção, conforme Motta, visa “colocar mais dinheiro no bolso do trabalhador” e estimular justiça fiscal.

Críticos, porém, podem questionar a sustentabilidade orçamentária da medida e seus efeitos sobre as contas públicas. Será necessário definir fonte de financiamento alternativa para compensar a perda de arrecadação.

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