PF consulta Moraes para incluir ataques a Dino no inquérito das milícias digitais
Autoridades debatem vinculação de ameaças virtuais ao ministro Flávio Dino ao processo sob Alexandre de Moraes

A Polícia Federal encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, uma consulta formal para saber se deve incluir no inquérito das milícias digitais os ataques virtuais dirigidos ao ministro Flávio Dino.
Em ofício enviado ao Supremo, a PF detalha que identificou mais de 50 postagens em redes sociais com teor de ameaça contra Dino e também contra o delegado federal Fábio Shor, que atua em investigações ligadas ao STF.
Conteúdo das ameaças e riscos
Segundo a PF, as mensagens não são meramente ofensivas — há indícios de “incitação concreta” e menções estratégicas que podem sugerir planos de represália. O uso de referências simbólicas, como “Nepal”, foi destacado como tentativa de inflamar protestos violentos ou pautas de confronto no Brasil.
Para a corporação, o fato de Dino ter sido alvo individualizado dá maior gravidade às condutas: restringe-se o debate abstrato e transforma-se em intimidação personalizada, o que pode comprometer o exercício de funções públicas.
Dino, em sua notícia-crime encaminhada ao STF, afirma que, após proferir voto decisivo em caso de Jair Bolsonaro, passou a sofrer ameaças “contra minha vida e integridade física”, deixando claro que as postagens vão além de críticas políticas.
O que está em jogo no STF
Com a consulta, Moraes pode autorizar que as ameaças à Dino sejam tratadas dentro do mesmo inquérito das milícias digitais, ampliando sua abrangência. Caso reconheça conexão, será aberta petição no STF para que esse episódio específico seja oficialmente integrado.
Se for autorizado, serão expedidos ofícios a plataformas digitais para identificar autores das postagens. Se não houver conexão reconhecida, a PF pode propor apuração autônoma sob responsabilidade direta do Supremo.