Deputado do PL enfrenta processo no Conselho de Ética sob acusação de quebra de decoro

Segundo reportagem de Malu Gaspar (O Globo), a primeira manobra é retardar o andamento do processo ao máximo. A estratégia é usar brechas regimentais para que o processo se arraste por até 90 dias úteis — o que empurraria a decisão para o ano que vem, quando o cenário político pode estar menos desfavorável para Eduardo.

O relator do processo, o deputado Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-MG) — alinhado ao bolsonarismo — desempenha papel central nessa articulação.

Suspensão em vez de cassação: o plano de sobrevivência

A tática mais elegante para os defensores de Eduardo é conseguir que ele seja suspenso temporariamente, e não cassado. Isso evitaria o acúmulo de faltas que poderia agravar sua situação e garantiria que ele chegasse à data de desincompatibilização ainda no cargo. Para isso, esperam aprovar uma suspensão em plenário com o apoio do Centrão, transformando a disputa em uma demonstração de força corporativa da Câmara.

Pandemia da “PEC da Blindagem” e ressentimento político

A articulação recorre ainda a um sentimento de revanche após a derrota da chamada “PEC da Blindagem”. A proposta, aprovada na Câmara com forte participação bolsonarista, acabou rejeitada no Senado — apesar das garantias feitas pelo presidente da Câmara de que haveria acordo. O resultado foi interpretado como uma humilhação para deputados, e virou mote para os apoiadores de Eduardo mobilizarem apoio em seu favor.

O dilema do Centrão

Embora o bolsonarismo acredite que o Centrão “deveria” retribuir dominando a situação — dada sua colaboração na PEC derrotada — nem todos os líderes estão dispostos a pagar o custo político por Eduardo Bolsonaro. O desgaste da PEC já foi grande, e há quem avalie que salvar o mandato do filho de Bolsonaro poderia gerar mais reação pública negativa do que benefício político.

No momento, restam incertezas: qual será o limite do Centrão em bancar essa operação, até onde irá o lobby interno no Conselho e se a suspensão conseguirá ser aprovada com o carimbo formal de “proteção institucional” da Câmara.

Fonte: Brasil 247 – “Bolsonarismo e Centrão tentam salvar mandato de Eduardo Bolsonaro”

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