Redação

Brasília / EUA — O publicitário Duda Lima, que trabalhou como marqueteiro nas campanhas presidenciais de Jair Bolsonaro, fez críticas contundentes à atuação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na cena política internacional. Em entrevista, Lima afirmou que “a direita errou demais e está perdida” ao lidar com manobras externas e embates institucionais recentes.

Para Duda, o modelo de confrontação e teatralização adotado por Eduardo fora do Brasil não apenas expôs fragilidades estratégicas, mas também aprofundou divisões dentro do campo conservador. Segundo ele, a direita atual perdeu coesão e clareza de propósito, ao tentar usar diplomacia midiática como arma política.

O ex-marqueteiro criticou que Eduardo teria priorizado posturas midiáticas e simbólicas — como pressão internacional e apelo a sanções — em vez de construir base institucional sólida no Brasil. Essa escolha, segundo Lima, reforça o racha entre quem aposta em pragmatismo e quem insiste no estilo radical.

Ao voltar os holofotes para a figura de Eduardo, Lima alerta que o confronto retórico e a escalada simbólica podem desmoralizar até quem antes projetava conquistas eleitorais. Ele vê risco de exaustão narrativa: quem grita demais corre o risco de perder quem ouve.

A declaração pública de Lima serve para tensionar os laços internos do bolsonarismo: um agente antes aliado agora expõe o desconcerto da estratégia de Eduardo e, ao mesmo tempo, coloca a hipótese de que a cultura política bolsonarista está em colapso.

Se a direita estiver mesmo “perdida”, como afirma Lima, o problema não é só de liderança: é de concepção política. E quem pagar o preço é o próprio projeto autoritário que labuta para se recompor.