“Muito triste”: Bolsonaro chora com visita de Tarcísio, que defende anistia para pacificar o país
Em encontro de três horas, Tarcísio chora com Bolsonaro e reafirma que apenas anistia ampla atenderá ala radical bolsonarista

Brasília — O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) visitou o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está cumprindo prisão domiciliar em Brasília, e protagonizou cena comovente: segundo relatos, Bolsonaro chorou durante a conversa. O encontro, que durou cerca de três horas, também serviu para Tarcísio reforçar sua defesa de uma anistia ampla como “caminho de pacificação” para o país.
Tarcísio afirmou que não discutiu sucessão presidencial com Bolsonaro, negando pretensões ao Palácio do Planalto em 2026 — ele diz que seguirá concorrendo à reeleição em São Paulo. No entanto, fez alusões explícitas ao projeto de anistia que tramita no Congresso. Segundo ele, o PL da dosimetria não satisfaz: para atender o campo bolsonarista, seria necessária uma anistia ampla, geral e irrestrita.
“É muito triste ver o presidente na situação em que ele está, conversando e soluçando”, disse Tarcísio após deixar a casa de Bolsonaro.
No episódio, também estiveram presentes o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Jair Renan. Embora tenha sido convidado a participar da cerimônia de posse de Fachin no STF, Tarcísio optou por não comparecer — preferiu esse encontro e o reforço simbólico em torno de Bolsonaro.
Críticos apontam que o choro e o apelo por anistia funcionam como dispositivos narrativos: emoção para pautar impunidade. O bolsonarismo, pressionado pelas condenações e pelo cerco institucional, busca reverter sua derrota com gestos simbólicos de “sofrimento” — para transformar sentença em vitimização.
Se Tarcísio realmente quer pacificação, que comece pela punição dos atos antidemocráticos: reconhecer que depredações, invasões e tentativa de golpe não cabe em “acordo humanitário”. A paz não se funda no perdão de conspiradores — mas na afirmação da lei, da justiça e da memória.
Fonte: DCM