Deputado que foi denunciado por pressionar autoridades nos EUA agora "traça alvo" contra presidente decano do STF

Brasília — Após formalmente denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por coação de Justiça — por sua atuação nos Estados Unidos buscando sanções contra autoridades brasileiras —, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já definiu qual será seu próximo alvo: o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ofensiva simboliza mais um capítulo da escalada institucional entre o bolsonarismo e a Corte.

De acordo com apurações do DCM e referências feitas por Bela Megale no O Globo, Eduardo Bolsonaro estaria em tratativas com autoridades estadunidenses para ampliar pressões — já não apenas contra Alexandre de Moraes, mas agora também em direção a Gilmar Mendes. A escolha não é casual: além de críticas recentes feitas por Mendes às movimentações extremistas e críticas às PECs da blindagem e anistia, ele também se posicionou publicamente em apoio ao STF no embate com o bolsonarismo.

Fontes também revelam que houve pressões anteriores para excluir Mendes de mecanismos como a Lei Magnitsky — medida de sanção internacional — e que Eduardo Bolsonaro já teria circulado pedidos para que familiares e sócios do ministro, como sua esposa advogada, sejam incluídos nas investigações externas.

Analistas ouvidos apontam que essa mudança de alvo sinaliza uma estratégia de desestabilização institucional: se o exército jurídico midiático não conseguiu abater Moraes até aqui, Eduardo tenta deslocar a retórica de guerra para outras frentes do STF, buscando assim enfraquecer ou polarizar ainda mais ministros.

A resposta da Corte já começou. Em decisão, Moraes determinou que Eduardo Bolsonaro seja notificado por edital da denúncia da PGR, alegando que o deputado se encontra fora do país justamente para “reiterar a prática criminosa e evadir-se de possível responsabilização judicial”.

É essencial acompanhar se esse novo foco do bolsonarismo se tornará apenas mais uma retórica de confrontação ou dará origem a tentativas de captura institucional. O STF e as instituições democráticas não podem recuar diante dessa ofensiva simbólica — cabe reagir com firmeza e coerência jurídica.

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