Lula vai dizer a Trump que plano golpista no Brasil incluiu plano de assassinato
Presidente pretende mostrar que o golpe de 8 de janeiro foi parte de esquema com reuniões no Alvorada e ameaças de homicídio

Brasília — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planeja alertar o governo Trump de que a tentativa golpista no Brasil não se resume aos atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo interlocutores do Planalto, ele vai afirmar que o esquema incluiu reuniões no Palácio da Alvorada e até um plano de assassinato contra ele próprio, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Na avaliação do governo, Donald Trump foi levado a acreditar que os eventos de 8 de janeiro no Brasil eram semelhantes à invasão do Capitólio nos EUA — um ato simbólico isolado — e não como parte de uma articulação conspiratória com objetivos institucionais. Lula quer corrigir essa narrativa.
O presidente não pretende discutir com Trump as condenações de Jair Bolsonaro no STF, reconhecendo a independência do Judiciário. Mas considera fundamental esclarecer que, no Brasil, houve esforço deliberado para impedir sua posse, subjugar a Justiça Eleitoral e institucionalizar o caos.
Antes de um encontro presencial — que pode ocorrer durante a 47ª Cúpula da ASEAN na Malásia, no final de outubro — Lula pretende conversar por telefone com Trump. A equipe avalia que Trump verá como prioridade os temas econômicos e comerciais, mas que a pauta política brasileira também será estratégica nessa interlocução.
Para o governo, esse diálogo será uma oportunidade de expor aos EUA que o Brasil não vive episódios isolados de radicalismo, mas enfrenta ameaças organizadas às instituições democráticas — com ambições de violência e assassinato no bojo da conspiração.
Fontes
Diário do Centro do Mundo — “Lula vai dizer a Trump que plano golpista no Brasil incluiu plano de assassinato” (29/09/2025)