Redação

Rio de Janeiro / Brasília — Em novo episódio de guerra interna no bolsonarismo, Carlos Bolsonaro disparou críticas ferozes contra os chamados “aliados de direita” que, segundo ele, buscam se beneficiar da morte de Bolsonaro antes mesmo de qualquer encontro do pai com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Com tom acalorado, o filho zero-três acusa negociatas políticas, traições e oportunismo extremo no processo de sucessão do clã.

Carlos disse que há quem “se diz de direita” e, mesmo assim, não emite um pio diante da censura, da prisão política e da destruição institucional sofrida pelo grupo desde a prisão domiciliar de Bolsonaro — mas está pronto para pular do barco no momento exato para surfar lucros eleitorais. Ele mirou especialmente aqueles que já articulam apoio a Tarcísio, adotando estratégias de bastidor para abocanhar holofotes e fatias do poder.

O embate aparece no vácuo deixado por desgaste, disputas pelo controle simbólico da figura de Bolsonaro e antecipação de cartas políticas. Enquanto um lado tenta manter a narrativa de unidade e sacrifício, outro já costura alianças pragmáticas com quem possa liderar o novo ciclo. Carlos, isolado politicamente e em confronto aberto com o irmão Eduardo, pretende assumir o protagonismo das acusações e posicionamentos mais radicais.

O cenário é dramático: internações, condenações, divisão de facções e suspeitas mútuas de traição. Esse ataque de Carlos escancara que parte do bolsonarismo pensa em transformar o luto e o simbolismo da figura de Bolsonaro em moeda eleitoral — antes mesmo de qualquer consentimento ou estratégia comum.

Fontes:
Revista Fórum — “Carlos ataca direita que quer se ‘beneficiar da morte’ de Bolsonaro antes do pai encontrar Tarcísio” (29/09/2025)
Revista Fórum (Twitter) — trecho do ataque de Carlos sobre “direita que não se pronuncia”
Revista Fórum — comentário sobre o racha e as negociações pró-Tarcísio no bolsonarismo