Aliados sugerem que Bolsonaro escale Flávio para controlar Eduardo nos EUA
Em meio a tensões internas, correligionários propõem uso da autoridade fraterna para “contenção” política

Aliados próximos a Jair Bolsonaro no PL teriam recomendado que o ex-presidente designe o senador Flávio Bolsonaro para conter as ações de seu filho Eduardo, que atua nos Estados Unidos e teria ultrapassado limites estratégicos, segundo relatos da colunista Bela Megale.
Fontes ouvidas revelam que Jair chegou a enviar recado por interlocutor para Eduardo em solo estrangeiro, expressando insatisfação com suas declarações e comportamento. Esse aliado sugeriu, porém, que Flávio fosse o emissário — figura que carrega mais autoridade interna e pode impor o recado com “peso de irmão e senador”.
Flávio já teria advertido Eduardo anteriormente sobre seu estilo de comunicação, mas as tentativas de correção não produziram efeito.
Disputa por poder e divergências estratégicas
No núcleo bolsonarista, cresce a percepção de que Jair Bolsonaro perdeu capacidade de comando pleno. Para muitos dentro do PL, ele estaria “refém” do Centrão e submetido a articulações políticas alheias. Nesse contexto, Eduardo e seu grupo passaram a defender caminhos mais radicais — reduções de penas, ruptura com o Centrão — além da antiga aposta na anistia ampla.
Eduardo, por sua vez, teria rejeitado alternativas fora da anistia, afirmando que essa é sua única via aceitável. Num encontro em Miami (25/09/2025), ele reforçou essa posição e rejeitou apoio financeiro do PL liderado por Valdemar Costa Neto.
A tensão entre Eduardo e Valdemar se acirrou a ponto de aliados afirmarem que o deputado agora seria “o maior cabo eleitoral” de Lula — uma provocação política pesada em seu próprio campo.
Mesmo após reconciliação momentânea entre Jair e Valdemar, aliados de Eduardo avaliam que não é possível manter projeto conjunto com o PL e os partidos do Centrão. Circula a ideia de buscar outra legenda à direita, sem vínculos com Costa Neto.
Fonte: DCM