Delegado Marcelo Freitas é apontado para julgar filho de Bolsonaro — e crise institucional se antecipa

Em jogada que intensifica ainda mais o embate político, o deputado Delegado Marcelo Freitas (União Brasil-MG) foi nomeado relator do processo de quebra de decoro parlamentar aberto contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara. A escolha, feita na sexta-feira (26), reforça a tensão institucional entre alas bolsonaristas e oposicionistas.

O processo — fruto de representação da bancada do PT — pede a cassação do mandato de Eduardo com base em condutas atribuídas a ele enquanto estava nos Estados Unidos: o partido afirma que o deputado “permaneceu no exterior durante o exercício do mandato” e que dedicou-se a difamar instituições do Estado brasileiro, especialmente o Supremo Tribunal Federal e seus ministros.

A nomeação de Freitas tem forte simbologia política. Como bolsonarista e aliado, sua presença como relator é vista como uma vantagem para Eduardo: um relator “amigável” pode frear o processo ou atrasar seu andamento. Já para opositores, trata-se de manobra de blindagem institucional.

A ação contra Eduardo não é única. Ele responde a pelo menos mais três representações no Conselho de Ética que também pedem cassação, mas que ainda não foram sequer pautadas para análise formal.

Fábio Schiochet (União-Brasil-PR), presidente do Conselho de Ética, foi quem designou Marcelo Freitas. Schiochet chegou a declarar que não enxergava quebra de decoro nas representações existentes contra Eduardo e que a análise seria feita com parcimônia.

O processo agora está sob relatoria alinhada ao bolsonarismo, o que reforça pressões políticas sobre o Conselho de Ética e aumenta o risco de decisões enviesadas. Se aprovado o relatório favorável, o pedido de cassação pode ser arquivado ou transformado num mero alerta simbológico — a depender do “jogo interno” entre parlamentares.

Fonte: DCM

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