Netanyahu desafia a ONU, nega genocídio em Gaza e veta Estado palestino
Em discurso inflamado na Assembleia Geral, premiê israelense aplica “quiz”, desconsidera acusações e afirma que jamais aceitará Palestina

Durante seu discurso nesta sexta-feira (26) na 80ª Assembleia Geral da ONU, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu protagonizou uma fala tensa e provocadora. Ele negou as acusações de genocídio em Gaza, rebateu críticas que chegam de todas as partes do mundo e afirmou categoricamente que Israel jamais aceitará a criação de um Estado palestino.
Logo no início, Netanyahu aplicou um tipo de “quiz” aos delegados da ONU, questionando quem clamava “Morte à América” — se Irã, Hamas, Hezbollah, houthis ou todos os anteriores. A artimanha retórica expôs sua estratégia: reduzir debates complexos a slogans, enquanto evita encaramentos sobre suas ações militares em Gaza.
No discurso, ele fez elogios ao presidente Donald Trump por operações conjuntas de inteligência e combate ao terrorismo, e chegou a citar nomes de líderes e organizações que diz ter “eliminado” em ações militares. Em tom triunfalista, riscou nomes em mapas como se comemorasse execuções — gesto ressaltado pela cobertura da imprensa.
Apesar das evidências da devastação humanitária em Gaza — com infraestrutura destruída e milhares de vítimas civis — Netanyahu rejeitou a acusação de genocídio. Ele comparou a narrativa às perseguições nazistas, insinuando que as críticas seriam exageradas ou hipócritas.
Ao defender que Israel não negociará um Estado palestino, ele chamou a Autoridade Palestina de “corrupta até o âmago” e afirmou que impor o Estado seria semelhante a empurrar “um Estado terrorista goela abaixo”. Segundo ele, essa não é uma decisão pessoal, mas política de Estado do país.
O discurso inflamado reforça o isolamento diplomático de Israel diante de críticas sobre seus atos em Gaza. Ao deslegitimar acusações e vetar solução diplomática, Netanyahu opta por linha de confronto — apostando em espetáculo político para defender sua estratégia militar.
Fonte: Brasil247