Redação

A Receita Federal identificou um esquema bilionário de fraudes envolvendo combustíveis e atribuído ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a investigação que circula nos bastidores das autoridades fiscais e de segurança, o valor movimentado pelo grupo chegaria a R$ 1 bilhão em operações de lavagem, omissões fiscais e sonegações.

Fontes internas da Receita apontam que o esquema usava redes de distribuição fictícias ou empresas de fachada para desviar tributos e mascarar a circulação ilegal dos produtos. O circuito financeiro incluía notas frias, transações bancárias disfarçadas e intermediários que funcionavam como “laranjas”.

A investigação ainda apura conexões entre grupos empresários do setor de combustíveis e operadores de fachada que teriam sido capitaneados ou cooptados pelo PCC. Em alguns casos, distribuidoras legítimas teriam sido usadas para inserir produtos ilegais no mercado formal, embaralhando o rastro das operações.

Autoridades afirmam que, se comprovadas, essas fraudes representam uma ameaça séria à arrecadação federal e à integridade do sistema tributário — ao passo que o crime organizado expande sua capacidade de penetração econômica, transformando o setor de energia em fonte de riqueza clandestina.

Especialistas ouvidos sob condição de anonimato afirmam que o modelo de fraude com combustíveis é antigo e rentável para organizações criminosas: o combustível é de alto valor agregado, circula em grandes volumes e permite ocultações em cadeias logísticas complexas. Ao ligar esse potencial à malha criminosa do PCC, o impacto escala de forma alarmante.

Na avaliação de investigadores, essa descoberta reforça a necessidade de integração entre órgãos fiscais, polícias estaduais e federais, além de monitoramento reforçado em fronteiras e nos portos. Sem coordenação e transparência, São Paulo — onde o PCC é mais forte — corre o risco de ver essas fraudes crescerem ainda mais, corroendo a economia formal.