Redação

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reuniu-se nesta quinta-feira (25) com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, em Miami, em encontro que também contou com o blogueiro Paulo Figueiredo — figura atuante nas articulações políticas e no discurso de sanções contra autoridades.

Durante a conversa, Eduardo foi inflexível: não aceita nenhuma alternativa ao projeto de anistia ampla, geral e irrestrita, que contemplaria Jair Bolsonaro e todos os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Segundo ele, qualquer desvio desse modelo poderá não apenas enfraquecer o movimento bolsonarista, mas justificar sua intensificação nas negociações externas, especialmente junto ao governo Trump.

Depois do encontro, ele postou foto ao lado de Sóstenes e Figueiredo com a legenda: “Todos unidos pela anistia”. O gesto foi lido como recado duplo — para a base mais radical e para o próprio PL — de que ele não recuará.

Na Câmara, o cenário é de embate. Recentemente, foi aprovada urgência para o Projeto de Lei da Anistia. O relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), propõe redução de penas para condenados por atos golpistas, mas sem anistia total. Esse esboço já gera resistência de bolsonaristas e críticas de manifestantes que protestaram contra o projeto no domingo (21).

Aliados próximos de Jair Bolsonaro revelaram que o ex-presidente ficou desconfortável com as declarações do filho. Ele teria pedido a interlocutores que convençam Eduardo a moderar o discurso, citando que os excessos dele dificultam o caminho nas negociações políticas.

Jair Bolsonaro, atualmente em prisão domiciliar, teria solicitado aos arredores que repassassem ao filho a urgência de um tom menos agressivo. Até agora, não está claro se Eduardo será sensível ao pedido.