Foco agora é escapar da cadeia; inelegibilidade fica de lado por enquanto

Jair Bolsonaro decidiu desistir de concorrer em 2026. O motivo: o medo da prisão. Preso em regime domiciliar desde 4 de agosto, ele aposta que abrir mão da disputa eleitoral vai facilitar aprovação de uma anistia penal que possa perdoar condenações, incluindo a sua.

Aliados confirmam: a prioridade do ex-presidente agora é garantir alívio judicial. A inelegibilidade, imposta em 2023 pelo STF, foi deixada para trás — até para Bolsonaro teria ficado claro que não há ambiente político para reverter isso já.

No Congresso, o PL prepara um projeto de anistia patrocinado pelo líder da bancada, Sóstenes Cavalcante (RJ), que mira perdoar todos os condenados por atos antidemocráticos desde 2019 — Bolsonaro incluído. Já entre parte do Centrão há resistência a abarcar elegibilidade junto com perdão penal. A “gordura” eleitoral ficou fora por ora, dizem interlocutores.

Enquanto isso, seus apoiadores buscam respaldo na possível presidência do TSE por Kassio Nunes Marques em 2026. Ele já foi um dos votos favoráveis de Bolsonaro no julgamento que acabou com a inelegibilidade.

O ex-presidente convive também com preocupações de saúde: crises de pressão, vômitos e mal-estar frequente. Temor de prisão em regime mais rígido, como na Papuda ou em carceragens da Polícia Federal, alimenta sua estratégia.

Enquanto Bolsonaro recua da disputa eleitoral, o Centrão avança em costura de candidatura alternativa — o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, aparece como opção.

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