Advogado afirma ao STF que não existem provas concretas ligando o ex-presidente a trama do “Punhal Verde e Amarelo”, “Operação Luneta” ou às invasões antidemocráticas

No segundo dia do julgamento da trama golpista, a defesa de Jair Bolsonaro tomou a palavra no Supremo Tribunal Federal para rebater veementemente as acusações. O advogado Celso Vilardi declarou que não há nenhuma prova concreta que vincule o ex-presidente a um plano de assassinato ou aos ataques de 8 de janeiro de 2023. Ele afirmou com nitidez: “Não há uma única prova que vincule o presidente ao Punhal Verde e Amarelo, à Operação Luneta ou aos ataques de 8 de janeiro”.

Vilardi reforçou que Bolsonaro “não atentou contra o Estado Democrático de Direito” e que foi “arrastado” para uma trama que ele não comandou nem idealizou — uma tentativa evidente da defesa de isentar o ex-mandatário do núcleo conspirativo.

Essa estratégia de defesa se antecipa à gravidade da acusação: o ex-presidente enfrenta denúncia fundamentada pela Procuradoria-Geral da República por liderar uma organização criminosa destinada a impedir a transição de poder em 2022. A PGR aponta que Bolsonaro tinha amplo conhecimento do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que contemplava assassinatos de figuras como Lula, Alckmin e Moraes, e está documentada nas 884 páginas de investigação da Polícia Federal.

O STF prossegue com as sustentações e grava todo o risco e a tensão institucional em jogo. De um lado, uma defesa que questiona provas com linguagem vaga; do outro, o tribunal avança com o rito democrático como antídoto à articulação conspiratória.

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