Procurador deixa claro a gravidade da trama golpista e reforça que basta atuação conjuntural para configurar crime contra a democracia

O procurador‑geral da República, Paulo Gonet, ajustou o tom com precisão cirúrgica no julgamento por tentativa de golpe. Ele derrubou o argumento da defesa de Bolsonaro, que alegava ausência de ordem formal, e declarou que golpe não exige assinatura nem selo oficial para ser golpe — basta a articulação conspiradora.

“Não é preciso esforço intelectual extraordinário para reconhecer que, quando o presidente da República e depois o ministro da Defesa convocam a cúpula militar para apresentar documento de formalização de golpe de Estado, o processo criminoso já está em curso”, afirmou com firmeza. E completou: “os planos não podem ser tratados como devaneios utópicos anódinos nem precauções redutivas. Todos os envolvidos colaboraram, em cada etapa do planejamento do golpe.”

Gonet fez um apelo enérgico ao tribunal: punir a tentativa frustrada de ruptura democrática é fundamental para a estabilização do regime. “Não reprimir criminalmente essas tentativas fortalece ímpetos autoritários e ameaça um modelo civilizado de vida”, disse.

Em um golpe institucional, o procurador transformou a defesa vassalocrata num espelho grotesco do desespero — enquanto o STF avança com clareza e determinação na defesa do Estado Democrático de Direito.

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