Zanatta propõe extinguir Imposto de Renda e deixa no ar: quem paga a conta?
Deputada do PL tenta transformar o fim do IR em bandeira populista, mas ignora como financiar o Estado e os serviços públicos.

Zanatta propõe extinguir Imposto de Renda em gesto populista
Mais uma vez, a extrema-direita tenta vender fantasia como solução. Desta vez, Zanatta propõe extinguir Imposto de Renda, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, argumentando que o tributo virou uma “guerra do Estado contra o cidadão”. No entanto, esse discurso que parece libertador é apenas uma cortina de fumaça.
Quem paga a conta do Estado sem o IR?
O Imposto de Renda é um dos pilares de financiamento do país. Ele sustenta desde a saúde até a educação pública. Extinguí-lo significaria retirar bilhões dos cofres públicos sem indicar alternativas reais. Dessa forma, Zanatta propõe extinguir Imposto de Renda, mas não aponta caminhos claros. No fundo, o que sobra é o populismo barato: prometer menos imposto sem explicar quem arcaria com os custos.
PL 4329/2025: mais espetáculo que solução
O projeto apresentado, de número 4329/2025, revoga leis históricas como a 7.713/1988 e tenta apagar de uma só vez décadas de arrecadação. Porém, até agora, o texto sequer tem relator designado na Câmara. Isso revela muito: mais do que uma proposta séria, trata-se de um ato de marketing, pronto para render manchetes e curtidas nas redes sociais.
O falso dilema da “guerra do Estado”
Ao justificar a medida, Zanatta disse que o IR se tornou um “instrumento de guerra do Estado contra o cidadão”. A retórica tenta pintar o governo como inimigo e o contribuinte como vítima indefesa. Contudo, essa lógica ignora que sem arrecadação não há Estado, e sem Estado não há direitos sociais. O discurso, portanto, é mais sobre fortalecer o ódio às instituições do que oferecer soluções reais.
Populismo tributário e contradições
Curiosamente, a deputada não propôs regulamentar o Imposto sobre Grandes Fortunas, previsto na Constituição, mas jamais aplicado. Isso mostra o verdadeiro objetivo: aliviar a carga dos mais ricos, enquanto a classe trabalhadora continua arcando com tributos indiretos embutidos em tudo, do pãozinho ao gás de cozinha. Ou seja, Zanatta propõe extinguir Imposto de Renda, mas preserva o peso injusto da carga tributária sobre os pobres.
Conclusão: quando a conta chegar, será coletiva
No fim, a proposta não passa de ilusão. Um país sem Imposto de Renda é um país sem serviços básicos, sem políticas públicas e sem soberania fiscal. Assim, a pergunta do título não é retórica: se o PL avançar, a conta não some. Ela volta multiplicada e cai no colo da população.