Ciro Nogueira nega ligação com o PCC e desafia: “Quero mais, e não menos, investigação”
Senador acusa combate ao crime organizado de virar arma política e desafia a PF a expor toda a verdade — transparência ou cumplicidade?

Brasília, 1º de setembro de 2025 — O senador Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro de Bolsonaro, apresentou um ofício ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, recusando categoricamente qualquer relação com o PCC. No documento, ele afirma que suspeitos nunca estiveram em seu gabinete e classifica como “absolutamente mentirosa” a acusação de favorecimento financeiro à facção criminosa.
Nogueira vai além da simples negativa: requisitou à Polícia Federal que investigue os acessos ao seu gabinete no Senado, avalie imagens e registros de entrada tanto em sua sala quanto nos supostos escritórios dos acusados — e declarou que coloca “todos os meus sigilos à disposição”, sinalizando uma pretensa convicção de inocência ou um artifício para expor eventuais falhas na investigação.
Ele ainda alertou que o combate ao crime organizado não pode se transformar em arma de perseguição política — uma afirmação que soa como desvio de responsabilidade, misturando defesa pessoal com discurso de vitimização institucional.
Nogueira encerra seu ofício com uma declaração emblemática: “Tenho minha consciência tranquila e a verdade ao meu lado. Quero mais, e não menos, investigação.” A frase ressoa como um desafio às autoridades — mas também levanta a pressão sobre o que esses pedidos reais podem revelar ou tentar ocultar
Não se trata apenas de medo ou suspeita — é um confronto frontal entre quem suspeita e o poder político. Ao oferecer seus sigilos e exigir investigação, Nogueira cria o espetáculo da transparência, mas também joga a responsabilidade institucional às costas da PF.
Se os acessos e imagens confirmarem sua versão, haverá redenção. Mas se desmontarem a narrativa, estaremos diante de um escudo de retórica para desviar o fardo da responsabilização.
A democracia exige mais que palavras — exige resultado. E nisso, o país estará atento: investigação séria ou manipulação política mascarada de cooperação?