Em telefonema com chanceler Mauro Vieira, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, reforça estratégia conjunta com o Brasil e aliado ao bloco BRICS para enfrentar o unilateralismo em crescimento no mundo

Brasília / Pequim, 29 de agosto de 2025 – Em um gesto diplomático de peso, a China manifestou disposição em reforçar sua coordenação com o Brasil para enfrentar práticas de unilateralismo e intimidação, segundo informou o Ministério das Relações Exteriores chinês após uma conversa telefônica entre o chanceler Wang Yi e seu colega brasileiro Mauro Vieira.

Wang salientou que a cooperação bilateral encontra-se em um “melhor momento histórico” e assegurou o aprofundamento da confiança estratégica mútua, prometendo intensificar a colaboração prática em diversas áreas e alinhar ações dentro do bloco dos BRICS — coalizão crescente de países do Sul Global que contrasta com esquemas dominados por potências ocidentais.

Esse posicionamento ocorre no mesmo dia em que o Brasil anuncia o início da aplicação da Lei de Reciprocidade Econômica, em resposta à escalada tarifária imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. O gesto simboliza mais que solidariedade: representa a construção de um espaço diplomático sólido para países emergentes.

No diálogo telefônico, o ministro Wang destacou ainda que o bloco BRICS é crucial para fortalecer os direitos dos países em desenvolvimento e reformar o sistema de governança internacional — numa clara demonstração de que o Sul Global perde cada vez menos espaço para narrativas hegemônicas e restritas.


Por que isso importa?

  • Símbolo de resistência: Ações conjuntas Brasil-China no BRICS são respostas estratégicas à pressão econômica e política de poderes unilaterais.
  • Movimentação geopolítica: A parceria sinaliza que o Brasil amplia sua presença diplomática fora da zona de dependência neoliberal, defendendo uma ordem multipolar e inclusiva.
  • Sentido global: Em tempos de ruptura do multilateralismo, o diálogo entre Brasília e Pequim rende força ao Sul Global em debates como reformas na OMC, direitos climáticos e integração tecnológica.
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