Andrei Rodrigues afirma que operação não mirou apenas facção; alerta para fragilidades financeiras e reforça o trabalho interinstitucional contra a corrupção sistêmica

Brasília / São Paulo, 29 de agosto de 2025 – Em entrevista nesta quinta-feira (28), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, ressaltou que o esquema de lavagem de dinheiro descoberto durante a megaoperação que mirou o PCC — envolvendo adulteração de combustíveis, fintechs e fundos bilionários — não era exclusivo da facção criminosa. Segundo ele, “não é uma lavagem de dinheiro de determinado grupo”, mas um modelo que “poderia ser utilizado por quem quisesse”, incluindo sonegadores, traficantes e outros criminosos.

A operação, coordenada pela PF, Receita Federal e Ministério Público, se desdobrou em três frentes principais: Quasar, Tank e Carbono Oculto. O foco eram redes de postos de combustíveis e estruturas financeiras associadas ao PCC nos setores de fintech, fundos e abastecimento.

O diretor-geral ainda destacou a sofisticação do esquema: envolvia empresas de fachada, contas-bolsão, fraudes na mistura de combustíveis, falsidade ideológica e organização criminosa. A ação resultou em bloqueios, apreensões — como 1.500 veículos, 192 imóveis e mais de R$ 1 bilhão — e investigações aprofundadas com participação de múltiplos órgãos de estado.

Contexto e Significado

  • A declaração de Rodrigues revela que o PCC não era o único beneficiário da malha criminosa — isso implica fragilidade sistêmica, em um modelo financeiro que pode ser replicado por diversos atores criminosos.
  • A abrangência da operação sugere uma resposta institucional coordenada, mas também evidencia que o sistema financeiro e o setor de combustíveis estão vulneráveis a abusos sofisticados.
  • A integração entre PF, Receita Federal, MP e ANP foi decisiva, mas as autoridades reforçam que a ação deve progredir com reformas regulatórias e maior transparência no controle de transações que transitam nas fintechs e no setor energético.
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