Fake news contra a Instrução Normativa amplificaram brechas nas fintechs que hoje o crime organizado explora com fundos e “banco paralelo”

São Paulo, 28 de agosto de 2025 — Em um vídeo de fundo preto publicado em janeiro, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) acusou o governo de tentar criar um “imposto do Pix”. O conteúdo viralizou e, oito meses depois, está no centro do debate com a Operação Carbono Oculto, que expôs o PCC infiltrado em estruturas financeiras sofisticadas da Faria Lima.

A medida atacada era a Instrução Normativa nº 2.219/2024, editada pela Receita Federal para obrigar bancos e instituições de pagamento a enviar dados de transações acima de R$ 5 mil (pessoas físicas) e R$ 15 mil (jurídicas). O objetivo? Aprimorar o compliance fiscal e flagrar operações suspeitas de lavagem de dinheiro — sem qualquer nova taxação.

Mas o tema virou palanque político. A desinformação espalhada tanto por Nikolas quanto por outras vozes da extrema-direita criou pânico, resultando na revogação da norma. Medidas importantes para a fiscalização das fintechs foram apagadas da agenda, frustrando o controle financeiro que poderia ter impedido a operação do crime.

A Receita Federal lamentou o resultado: a falta de obrigatoriedade de prestação de informações abriu brechas regulatórias que o PCC explorou com arte. Hoje, a operação policial confirma: havia mais de 40 fundos de investimento, um “banco paralelo” movimentando R$ 46 bilhões, e estrutura financeira sofisticada funcionando à margem da fiscalização.

Compartilhe:

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.