STF monta cerco silencioso: Bolsonaro é vigiado 24h e condomínio limita drones e fala política
Enquanto a Polícia Penal monitora dia e noite, o condomínio decreta silêncio — controle institucional e autovigilância como tática de contenção política.

A atmosfera de vigilância e contenção ao redor de Jair Bolsonaro ganhou volume e sutileza nos últimos dias. Primeiro, a Polícia Penal do Distrito Federal iniciou vigilância 24 horas dentro e nos arredores da residência do ex-presidente, em cumprimento a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Agentes à paisana, viaturas descaracterizadas e aguarda precisa marcam diferença entre segurança legítima e espetáculo midiático. A ordem vetou qualquer medida intrusiva que pudesse expor o local ou perturbar os vizinhos — um mecanismo que simboliza o travamento da impunidade.
No dia seguinte, o Condomínio Solar de Brasília, onde Bolsonaro vive, entrou em cena com medidas complementares: proibiu o sobrevoo de drones sem autorização legal — uma resposta à crescente interferência midiática — e emitiu um comunicado pedindo cautela no envio de mensagens e fotos pelos grupos internos, lembrando que o local se pretende “apartidário e neutro” e que o uso indevido de dados pode gerar responsabilização jurídica.
O quadro revela uma estratégia conjunta de controle: o poder estatal fecha o cerco judicial, enquanto o condomínio impõe censura preventiva — a combinação fragiliza a narrativa bolsonarista construída no terreno da performance midiática.
Esse contexto expõe uma vitória parcial da democracia: a justiça não cede ao espetáculo, e a cidadania resiste à política do medo. Bolsonaro está contido, não pela inundação midiática, mas por uma arquitetura institucional de restrição, digna de um Estado de Direito — mesmo que por entre os escombros dos discursos autorais.