Sheik do Bitcoin injetou R$ 30 milhões em empresa de Malafaia, denuncia testemunha
Empresário gospel confirma aporte milionário com suspeita para salvar editora em crise — e escora imagem do pastor.

Um depoimento-chave revelou que o empresário conhecido como Sheik do Bitcoin, Francisley Valdevino da Silva, condenado a 56 anos de prisão por liderar um esquema de pirâmide financeira, teria injetado R$ 30 milhões na empresa de Silas Malafaia, conforme informou a Revista Fórum com base no relato de Davi Zocal, testemunha essencial no processo que condenou Francisley.
O valor milionário teria sido aplicado para resgatar a Central Gospel, editora de Malafaia que estava em recuperação judicial desde 2019, endividada com quase R$ 16 milhões — e com bloqueios que chegavam a R$ 38 milhões. A sociedade teria sido formalizada por meio da Alvox Gospel Livros Marketing Direto, loja digital criada em maio de 2021 e fechada em julho de 2022.
Segundo Davi Zocal, a escolha da Alvox foi uma manobra de fachada para proteger a imagem do líder religioso: “O Silas falou assim pra ele: ‘Cara, vamos fazer uma empresa com outro nome para não ferrar para nós, né?’ Então abriram a Alvox… O Francis foi sócio direto dele na principal empresa, mas foi só para dar uma esquivada, né?”
Malafaia confirmou à coluna do Metrópoles a existência da sociedade, mas defendeu a lisura do ato: disse que a parceria durou apenas um ano e terminou antes das investigações chegarem ao Sheik do Bitcoin. Além disso, afirmou que não tinha papel de gestão na Alvox — o controle financeiro ficava com Francisley. “Eu saí em março, aí começaram, em junho, as notícias de investigação”, declarou.