Trauma vira palanque: Deputado aponta vazamentos da PF como motivação do crime e instrumentaliza tragédia em retórica de perseguição

Eduardo Bolsonaro (PL-SP) transformou o horror vivido pela família em Resende (RJ) num palanque político. No domingo, 24 de agosto de 2025, a mãe e os avós do deputado foram reféns por mais de uma hora — humilhados, amordaçados e sob mira de arma enquanto os criminosos buscavam supostos recursos enviados por Jair Bolsonaro. A Polícia Civil investiga o caso; o automóvel foi recuperado, mas o trauma fica.

Em post inflamado nas redes, Eduardo acusou a Polícia Federal de atuar como “cachorrinhos” de Alexandre de Moraes, reforçando a tese de “vazamentos seletivos” que teriam exposto sua família e facilitado o crime. Questionou ironicamente: “Quem garante que não foram vocês que vazaram para esses criminosos entrarem na casa dos meus avós?”

Ele ainda atribuiu caráter político ao episódio, convertendo o terror doméstico em narrativa de perseguição contra si — uma estratégia típica de quem se coloca como vítima do sistema por trás da crise real. Esse movimento desvia a atenção do que importa: a violência sofrida por idosos e o papel do estado na proteção de toda a população.

A recusa de Eduardo em tratar o caso como crime comum, somada ao tom conspiracionista, expõe sua lógica vassalocrata — ou seja, o alinhamento desavergonhado com interesses estrangeiros e o uso de tragédias para alimentar retórica antidemocrática.

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