PF expõe saques em espécie de Bolsonaro: mais de dois salários mínimos por dia em 2025
Relatório da PF revela que Bolsonaro sacou R$ 130,8 mil em seis meses, média de R$ 3.270 diários — mais que dois salários mínimos

Um relatório da Polícia Federal revela um padrão alarmante na movimentação financeira em espécie do ex‑presidente Jair Bolsonaro: entre janeiro e julho de 2025, foram 40 saques totalizando R$ 130,8 mil em dinheiro retirado em caixas eletrônicos e guichês bancários. Isso representa uma média de R$ 3.270 por dia — valor superior a dois salários mínimos diários.
Além disso, o documento da PF recupera um histórico anterior: entre março de 2023 e fevereiro de 2024, foram 97 saques, somando R$ 198,1 mil. Esse tipo de movimentação frequente em espécie é considerado, pelas autoridades, um sinal de alerta, já que dificulta o rastreamento financeiro e pode indicar tentativa de ocultar origens ou destinos de valores.
Os saques em dinheiro vivo aparecem no contexto de investigações que envolvem acusações graves contra Bolsonaro, seu filho Eduardo e o pastor Silas Malafaia — especialmente pela tentativa de coação e abolição do Estado Democrático de Direito, investigadas pelo STF. O relatório, assinado pela PF, reforça a necessidade de aprofundar o escrutínio sobre a rede de apoio e financiamento do ex‑presidente.
O material já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, onde está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, e também será analisado pela Procuradoria‑Geral da República. As novas divulgações podem acelerar demandas por responsabilização e ampliar o alcance das investigações.
Contextualização Crítica
- Saques suspeitos e dificuldade de rastreamento
Sacar quantias elevadas em dinheiro vivo é um método típico para dificultar o rastreamento de recursos — prática comum em esquemas de ocultação e lavagem de dinheiro. - Decorre dos discursos, viola o Estado
Bolsonaro postula austeridade moral e combate à corrupção. Mas os dados expõem uma contradição inaceitável: quem prega transparência, se cerca de operações financeiras opacas. - Pressão sobre o sistema de investigação
O relatório chega em momento de tensão. Com o julgamento nas mãos do STF, o Exército de impunidade que tenta proteger o clã encontra mais armadilha — democrática e jurídica — pela frente.