“Vai ter que me prender para me calar”, diz Malafaia após depoimento à PF — mártir evangélico em cena
O aliado de Bolsonaro desafia a Justiça: “Vai me prender? Vou virar mártir evangélico”, transforma crise em contraste simbólico entre dominação judicial e espetáculo de resistência religiosa.

Após prestar depoimento à Polícia Federal dentro do inquérito que apura tentativa de golpe e obstrução de Justiça, o pastor Silas Malafaia disparou: “Vai ter que me prender para me calar”. A frase, revoltada e pública, ganhou manchete como símbolo de resistência — ou de teatralidade — diante da mira do Estado jurídico.
O líder evangélico, aliado de longa data de Jair Bolsonaro, disse à reportagem: “Eu não tenho medo de ser preso. Vai me prender? Vou virar mártir evangélico, pô.” Com isso, ele assume uma narrativa de protagonismo religioso diante do cerco institucional.
Malafaia está incluído em investigação da Polícia Federal, autorizada pelo STF, por sua atuação em atos públicos que incitam ataques ao Supremo e que tentam desestabilizar o andamento da jurisprudência sobre a tentativa de golpe de Estado. As medidas envolvendo busca e apreensão, além da restrição de viagens e contatos, visam evitar que ele sirva de linha de comando para ações de pressão política.
Esse tipo de frase — “Vai ter que me prender para me calar”, diz muito mais do que bravura. Revela quem acredita que pode impunemente se colocar acima das instituições. O “mártir evangélico” não é símbolo da fé; é símbolo da subversão política disfarçada de litigância espiritual. A Justiça não cede a palanque sagrado. Se cair, não será por fé — será por tentativa consciente de golpe.