Mesmo com tom alarmista, as ameaças do deputado não têm sustentação institucional e são vistas como risíveis por especialistas.

Eduardo Bolsonaro exibiu uma carta de Donald Trump como se fosse um troféu de chantagem política: o ex-presidente americano, segundo o deputado, teria expressado preocupação com o suposto “tratamento terrível” que Jair Bolsonaro estaria sofrendo, antes de sua prisão domiciliar. Eduardo usou a correspondência para lançar um “último recado” às autoridades brasileiras, insistindo que “agem antes que seja tarde demais” e apontando o Itamaraty como refém de uma diplomacia “sem acesso à Casa Branca”.

Não é novidade: esse tipo de retórica já é prática nos EUA. Eduardo vem articulando sanções — incluindo artifícios como a Lei Magnitsky — contra ministros do STF e o sistema político brasileiro. Mas essa encenação de poder é desmoralizada quando confrontada com os fatos concretos.

Por que as ameaças não têm peso?

  • Sem respaldo real nos EUA: Apesar de Eduardo sugerir que Trump estaria prestes a impor novas sanções ou tarifas, analistas indicam que essas pressões não têm base diplomática sólida. O panorama geoeconômico mostra o Brasil relativamente resguardado, com forte presença da China no mercado de exportações.
  • Nenhum impacto institucional ou político no Brasil: Embora Eduardo tenha insinuado que o STF ou ministros poderiam ceder à pressão externa, especialistas afirmam que isso é inverossímil. O executivo de Trump pode até postar ou pressionar, mas sem a colaboração do sistema político nacional — em especial do Congresso — suas ameaças permanecem simbólicas.
  • Reação contida do governo Lula: O presidente Lula enxergou no episódio mais uma tentativa de coercão estrangeira. Em resposta, reforçou mecanismos de reciprocidade e acionou a OMC, recusando-se a ceder à chantagem.
  • Percepção de analistas: Cientistas políticos chegam até a usar termos como “tiro no pé” ao avaliar as ações de Eduardo. O colunista José Antônio Moroni, por exemplo, destaca que essa postura pode ser autossabotagem política.

Em síntese, Eduardo pode invocar cartas, tarifas e ameaças — mas tudo soa exagerado e sem respaldo. Suas bravatas ecoam mais como teatralidade do que como diplomacia legítima.

Conclusão: As ameaças de Eduardo Bolsonaro são vazias. Sem base institucional, internacional ou estratégica, não constituem risco concreto e não merecem ser tratadas como algo sério — apenas mais um ato da política performática.

Compartilhe:

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.