Redação

A deputada federal Carla Zambelli (PL‑SP), detida em Roma desde o fim de julho em processo de extradição, relatou dificuldades financeiras para adquirir itens básicos de higiene pessoal, como shampoo — cujo frasco custa cerca de 10 euros no presídio onde cumpre prisão preventiva. A declaração foi divulgada pela repórter Márcia Dantas e repercutida pelo portal PlatôBR, e posteriormente publicada pelo Diário do Centro do Mundo.

O episódio adquire carga simbólica intensa quando se lembra: em 2022, Zambelli foi uma das 25 parlamentares que votaram a favor do veto do então presidente Jair Bolsonaro, que impedia a distribuição gratuita de absorventes íntimos para mulheres em situação de vulnerabilidade — incluindo aquelas presas ou em cumprimento de medida socioeducativa.

Contraste revelador

• Enquanto reclama da ausência de itens de higiene pessoal básicos, ela participou ativamente de política que negou justamente aqueles recursos essenciais às mulheres privadas de liberdade.
• A incongruência entre as votações parlamentares e sua atual situação pessoal ressalta o custo humano e simbólico das políticas públicas que desconsideram as necessidades dos mais vulneráveis.