Após relatos chocantes de vizinhança, o influenciador enfrenta inquérito, bloqueio de redes, proibição de contato com menores e investigação criminal — sistema reagindo à violação dos direitos da infância.

Denúncias feitas por moradores do condomínio de luxo em Bayeux (PB) — onde vive o influenciador Hytalo Santos — desencadearam uma investigação sensível às crianças e adolescentes.Vizinhos relataram festas que iriam madrugada adentro, com consumo de álcool por menores e até topless em motos, com adolescentes transitando para exibir tatuagens nas costas. O caso gerou forte incômodo e perturbação do sossego.

Esses relatos levaram o Ministério Público da Paraíba, sob responsabilidade da promotora Ana Maria França, a instaurar, no fim de 2024, um inquérito para apurar a situação e possíveis violações do Estatuto da Criança e do Adolescente. O procedimento ganhou corpo com relatos de conduta irregular em ambientes domésticos e a produção de conteúdos que beiravam uma conotação sexual com menores.

A Justiça paulista atendeu à denúncia e determinou uma série de medidas urgentes: bloqueio das contas do influenciador nas redes sociais, proibição de contato com os adolescentes envolvidos e desmonetização integral de todo o conteúdo publicado.

O influenciador negou as acusações em depoimento prestado em Bayeux em 30 de maio de 2025. Por sua vez, o promotor responsável optou por não colher novos depoimentos das vítimas — uma estratégia adequada para evitar a revitimização.

Além das medidas judiciais, o MP obteve suspensão da conta de uma menor de idade, Kamylinha Santos (17 anos), que aparecia com frequência nos vídeos de Hytalo Santos. O bloqueio ocorreu por ela fazer publicidade de casas de aposta, o que é proibido para menores.

Ainda em investigação, está sendo avaliado se Hytalo Santos oferecia vantagens materiais — como iPhones, aulas, aluguel ou mensalidades — para familiares de adolescentes, facilitando processos de emancipação para justamente incluí-los em suas produções. Cerca de 17 adolescentes emancipados aparecem nos vídeos, e o MP investiga se há conexão entre essa emancipação e benefícios recebidos.

O caso também mobilizou a inspeção dos pais ou responsáveis — que podem responder por omissão no dever de proteção caso seja confirmada a adultização ou exposição indevida dos filhos.

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13 comentários sobre “Vizinhos de Hytalo denunciavam festas com álcool, topless e menores: Justiça desagua em ação drástica

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