Redação

A manobra é velha: quem afronta a lei, apela para o drama médico. A deputada Carla Zambelli levará à audiência desta quarta-feira (13) uma lista de supostas doenças para tentar travar sua extradição para o Brasil. De acordo com reportagem do DCM, a estratégia da defesa inclui condições como síndrome de taquicardia postural ortostática (POTS), síndrome de Ehlers-Danlos (tipo hipermóvel), fibromialgia, disautonomia, síndrome do intestino irritável, além de diagnósticos psiquiátricos como depressão grave recorrente, agorafobia e histórico de ideação suicida. O objetivo é pedir que ela aguarde o processo em regime domiciliar na Itália e alegar risco à saúde em caso de traslado e custódia no Brasil.

Mesmo com o teatro médico, o processo anda. A Corte de Apelação de Roma manteve a audiência e a parlamentar segue presa no Complexo Penitenciário de Rebibbia (Germana Stefanini) enquanto o caso tramita. A imprensa italiana e brasileira confirma a data e a custódia — e especialistas lembram que pedidos assim raramente travam extradições quando há laudos e estrutura de custódia capazes de prestar assistência.

A defesa também ativou a imprensa para ventilar diagnósticos e pleitear prisão domiciliar em apartamento em Roma, com medidas cautelares, enquanto o governo italiano decide o desfecho após as etapas judiciais. Segundo a CNN, entre os documentos que serão exibidos está a alegação de síndrome de Ehlers-Danlos; a IstoÉ noticiou que os laudos médicos são peça central do pedido.

Vamos ao que importa. Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos por invasão dos sistemas do CNJ e falsificação de documentos, além de responder por outros processos — inclusive pelo episódio em que sacou arma e perseguiu um civil às vésperas do segundo turno de 2022. Fugiu, foi localizada e presa em Roma em 29 de julho, e agora tenta transformar o tribunal italiano em palco de vitimização. A lei resiste. O rito segue. E o Brasil cobra.