Sequestro do Orçamento: Parlamentares desviam emendas para financiar futebol profissional
Parlamentares transformam dinheiro público em patrocínio a clubes, alimentando herança de impunidade e corporativismo.

O “sequestro do orçamento” ganha um capítulo escancarado: deputados e senadores têm usado emendas parlamentares para bancar clubes de futebol — e não estamos falando de base ou projetos sociais. São R$ 13,5 milhões destinados a 31 times nos últimos três anos, com destaque para despesas com técnicos, profissionais de saúde, preparação física e até salários de atletas.
Um caso emblemático: o senador Renan Calheiros (MDB‑AL), confesso torcedor do CSA, liberou R$ 1 milhão em 2023. Desse total, R$ 652 mil pagaram fisioterapeuta, roupeiro, preparador físico, goleiros, técnico e base. Outros R$ 224,5 mil foram destinados ao chefe do departamento médico do time principal.
O paraíso futebolístico paralelo ao orçamento público escancara a face mais ofensiva da prática de emendas parlamentares. Essas verbas, ao serem desviadas para interesses privados, revelam um parlamentarismo orçamentário que fere o interesse público. Como o jurista Miguel Reale Jr. já denunciou, trata-se de um poder legislativo que “pôs a mão no Orçamento”, demonstrando um país em deterioração institucional.
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