Deputado declara que só retorna ao país se o ministro Moraes for afastado; admite que seria preso imediatamente. Plano: exílio eterno ou triunfo político.

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL‑SP) deixou claro: não retorna ao Brasil enquanto estiver no STF o ministro Alexandre de Moraes. “Se eu voltar, sei que vou ser preso”, afirmou, em entrevista recente, justificando que sua permanência no país dependerá de uma anistia ampla e do afastamento do magistrado.

Ele condiciona seu retorno político a uma “vitória total” sobre o Judiciário: “Ou saio vitorioso e volto a ter atividade política, ou vou viver aqui décadas em exílio.” Essa estratégia de fuga é apresentada como sacrifício patriótico, mas aponta mais para isolamento do que resistência.

Eduardo disse estar atuando nos EUA para pressionar por retaliações econômicas contra o Brasil — incluindo sanções políticas e tarifações que, segundo ele, seriam uma resposta legítima à “perseguição de Moraes”. Revelou ainda estar preparando um ofício à Câmara para formalizar que não pode retornar “por perseguição política”, garantindo que não renunciará ao mandato remota na ausência física do país.

Críticos identificam nesse discurso os traços do que chamam de vassalocracia política: um político que se coloca como defensor da pátria, mas depende de respaldo externo para manter relevância. Ele arma seu cenário político com sanções estrangeiras, evita enfrentar a Justiça brasileira e joga todas as fichas na esperança de que um golpe institucional reverta sua situação.

Moraes mantém, entretanto, postura firme e totalmente imune a esse tipo de coação ideológica. Pois a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro é resultado de descumprimento reiterado de medidas judiciais, uso indireto de redes sociais via terceiros e tentativas de interferência externa. Não houve recuo do Judiciário — houve confirmação de que as regras valem, mesmo para figuras antes consideradas intocáveis.

O episódio revela um paradoxo irônico: Eduardo Bolsonaro clama ser vítima de perseguição, mas sua escolha de exílio autoimposto evidencia que não tem condições de enfrentar o sistema político que ajudou a estragar. Enquanto isso, Moraes segue impassível, mantendo o processo judicial intacto, e Eduardo se resigna a administrar a derrota — longe do Brasil, mas ainda projetando colapso desde o exílio.

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