Em desespero, Eduardo ameaça até esposa de Moraes, mas não consegue apoio nem de Trump — vira vassalo internacional rejeitado.

Eduardo Bolsonaro tem adotado um tom desafiador contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, mesmo diante de sucessivas derrotas judiciais. O deputado federal afirmou recentemente que “não existe recuo” em sua campanha contra Moraes. Ele deixou claro que pretende levar adiante uma ofensiva sem precedentes: Eduardo sugeriu sanções internacionais não apenas contra o próprio ministro, mas até contra a esposa de Moraes. Essa ameaça de atingir familiares expõe o nível de hostilidade e revanchismo em sua retórica – uma tentativa de pressionar o magistrado atingindo pessoas de seu convívio.

De acordo com reportagens, Eduardo Bolsonaro tentou convencer parlamentares europeus de direita e aliados regionais de que Moraes estaria violando liberdades no Brasil. Ele explorou narrativas de “perseguição política”, alegando que seu pai, Jair Bolsonaro, e outros aliados são vítimas de decisões arbitrárias de Moraes. A cartada incluiu acenos a fóruns internacionais de direitos humanos e até acionar o Parlamento do Mercosul (Parlasul) para discutir o assunto. No entanto, essa investida esbarrou na realidade de que a comunidade internacional em sua maioria vê as instituições brasileiras funcionando dentro da legalidade ao responsabilizar extremistas. Não houve apoio significativo de governos ou organismos multilaterais para a cruzada de Eduardo. Mesmo setores conservadores no exterior mostraram pouco interesse em sancionar um membro da mais alta corte brasileira por ele estar combatendo ataques à democracia. Assim, a tentativa de Eduardo tornou-se um fracasso retumbante: nem a União Europeia nem o Mercosul se moveram na direção desejada por ele.

Além do insucesso prático, essa ação expôs uma contradição. Bolsonaro e seus seguidores sempre bradaram slogans de “soberania nacional” e não interferência externa, mas agora Eduardo recorre abertamente a potências estrangeiras contra uma autoridade brasileira. Tal atitude foi vista como antipatriótica por muitos analistas, pois equivale a convidar ingerência externa nos assuntos internos do Brasil – justamente algo que os bolsonaristas condenavam quando não lhes convinha. Com essa guinada, Eduardo Bolsonaro acabou se isolando ainda mais politicamente, adquirindo uma imagem de vassalo de interesses estrangeiros, disposto a sacrificar a soberania em benefício próprio – daí o termo vassaloccrata empregado por alguns comentaristas para defini-lo.

Ao tentar enfraquecer Moraes, Eduardo acabou por enfraquecer a si mesmo. Ficou claro que não há atalhos externos para suas batalhas judiciais domésticas. Sua retórica de “guerreiro anti-sistema” se esvaziou, e sobrou a imagem de um vassaloccrata – aquele que grita contra interferências, mas corre buscar tutela de poderosos de fora quando lhe convém. No fim das contas, Eduardo Bolsonaro colheu o oposto do que planejou: uniu contra si tanto os defensores da legalidade no Brasil quanto mostrou aos seus apoiadores mais radicais que nenhum Messias estrangeiro virá salvá-los. Resta saber se ele abandonará essa estratégia temerária ou se continuará dando murro em ponta de faca, aprofundando seu isolamento.

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