Redação

O dono da rede social X, Elon Musk, reagiu com entusiasmo ao saber das sanções impostas pelo governo Trump ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, via Lei Magnitsky. A crítica de Moraes às plataformas digitais, incluindo o bloqueio de perfis de extrema‑direita, desencadeou uma ofensiva internacional liderada por aliados de Bolsonaro. Musk posicionou-se como porta‑voz da retórica antijudicial: disse que a medida representava um aviso contra juízes que “atropelam direitos fundamentais”.

A sanção de Trump congelou bens de Moraes em jurisdição americana e revogou vistos de seus familiares e aliados, em meio a alegações de “graves violações de direitos humanos” ligadas ao combate à desinformação bolsonarista. O governo Lula apelidou as ações de coerção violadora da soberania nacional.

A reação de Musk surge em continuidade à escalada de tensões entre o mandado de segurança nacional e o judiciário brasileiro. Ele já havia sido duramente criticado pelo STF em 2024: a plataforma X chegou a ser suspensa do Brasil por descumprir ordens judiciais, e Musk acusou Moraes publicamente de ser “um ditador brutal” e de atacar a liberdade de expressão.

Em suas postagens, Musk inclusive criou perfis anônimos dedicados a expor informações pessoais sobre Moraes e mobilizar impeachment, ampliando uma narrativa conspiratória inchada por vozes antidemocráticas. Ele também intensificou pressão para que os EUA investigassem bens do ministro em solo norte-americano .

Para a esquerda, esse episódio revela dois vetores convergentes: Trump tenta fragilizar as instituições brasileiras com sanções econômicas e diplomáticas; Musk amplia o ataque ideológico às decisões da Justiça, mobilizando percepção internacional e legitimando posturas obscurantistas. A aposta destes atores é clara: transformar jurisprudência anti‑desinformação em alvo político global, alinhado à estratégia de desgaste institucional bolsonarista.