Eduardo Bolsonaro e Nikolas Ferreira selam trégua para enfrentar inimigo institucional
Na esteira da ofensiva do STF, duo bolsonarista abandona disputas internas e busca união sob bandeira antidemocrática.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG) deixaram de lado brigas recentes e anunciaram uma trégua política estratégica. Antes adversários internos, agora compartilham um inimigo maior: o Supremo Tribunal Federal, encabeçado pelo ministro Alexandre de Moraes.
A tensão havia escalado a ponto de Eduardo desqualificar Nikolas como “pouco ativo” diante das sanções dos EUA e tratamento do STF, chamando sua postura de “triste” e acusando-o de aproximação com perfis contrários à família Bolsonaro. Mas com o avanço institucional do Poder Judiciário e esforços da administração americana para sancionar magistrados como Moraes, o cenário mudou rapidamente.
Agora, ambos se posicionam como aliados na resistência contra o STF, convertendo divergências pessoais em coesão ideológica. O discurso que antes atacava o ex-colega se converteu em foco central: a crítica à “perseguição judicial” e à “influência estrangeira” no Judiciário nacional.
Sob essa nova lógica, Nikolas e Eduardo formam uma frente unificada e combativa, apontando que os ataques institucionais são prioridade maior do que disputas internas. Para a esquerda, essa aliança evidencia como o bolsonarismo se reorganiza diante de crises: não se trata de poder interno, mas de mobilização antijudicial e antidemocrática.
A trégua não representa reconciliação genuína, mas sim aliança pragmática. O pacto serve a interesses táticos: sustentar narrativas de golpe e colocar o STF como alvo central. A iniciativa é sinal de que o bolsonarismo endurece linha autoritária em momentos de pressão institucional e diplomática, reforçando a urgência de uma resposta democrática.