Carla Zambelli é levada à penitenciária de Roma enquanto aguarda extradição para o Brasil
Deputada foi presa em Roma e permanecerá detida até a Justiça italiana definir sua situação, sem previsão de liberdade provisória

A deputada licenciada Carla Zambelli (PL‑SP) foi levada a uma penitenciária em Roma nesta terça-feira (29), onde permanecerá detida até que a Justiça italiana decida sobre o pedido de extradição enviado pelo Brasil. A informação foi confirmada pelas autoridades brasileiras e pela imprensa italiana. O processo não prevê liberdade provisória neste momento, conforme as regras locais.
Zambelli foi encontrada em um apartamento em área de classe média alta, nos arredores do Vaticano — endereço que foi denunciado à polícia por deputado italiano Angelo Bonelli, aliado na denúncia. A operação policial ocorreu sem resistência e marcou o fim de 53 dias de fuga internacional.
A decisão final sobre a extradição, solicitada formalmente pelo Itamaraty em 11 de junho e fundamentada na condenação do STF por invasão ao sistema do CNJ, cabe à Justiça da Itália. O processo pode se estender por meses até ser concluído e está sujeito à legislação italiana e aos tratados bilaterais firmados pelos dois países.
Zambelli foi condenada em maio de 2025 a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal pelos crimes de invasão de dispositivo informático, falsidade ideológica e inclusão de mandado falso contra o ministro Alexandre de Moraes. Também foi multada em R$ 2 milhões e corre risco de perder o mandato, que já tramita em cassação na Câmara dos Deputados.
A defesa sustenta que a deputada se apresentou voluntariamente às autoridades italianas e busca asilo político, afirmando preocupação com imparcialidade no Brasil. Mas a prática de cooperação entre Polícia Federal, Interpol e autoridades italianas desfaz essa narrativa e aponta o caráter criminal da operação.