Redação

O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, afirmou que o processo de extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL‑SP), presa em Roma e com pedido formal do governo brasileiro, poderá se estender por até seis meses, em virtude do recesso judicial no verão europeu. Mosca avaliou que a decisão italiana é provável, mas ressaltou que os tribunais só voltam a funcionar plenamente a partir de setembro, o que suspende o andamento formal até então.

Segundo o embaixador, após a detenção em Roma, a Justiça italiana terá 48 horas para definir se mantém a prisão preventiva, converte em domiciliar ou impõe monitoramento eletrônico com uso de tornozeleira. Contudo, o julgamento do pedido de extradição, sob os termos do tratado bilateral entre Brasil e Itália, pode levar meses antes de ser concluído.

A prisão de Zambelli foi efetivada após inclusão de seu nome na lista vermelha da Interpol e cooperação entre a Polícia Federal e autoridades italianas. Ela foi localizada graças a denúncias sobre seu endereço em Roma, compartilhadas com as autoridades europeias. A atual narrativa de Mosca reforça que a extradição segue os trâmites previstos na legislação e nos acordos internacionais dos quais ambos os países são signatários.

Zambelli foi condenada em maio de 2025 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão em regime fechado por invasão ao sistema do CNJ, inserção de documentos falsos e tentativa de emissão de mandado de prisão contra Alexandre de Moraes. A sentença é definitiva e já não permite mais recursos. Ela deixou o país no final de maio e foi procurada internacionalmente desde então.

A declaração do embaixador reforça que, embora burocraticamente a extradição seja um processo formal e demorado, a expectativa do governo brasileiro é de que o país parceiro responda positivamente, trajeto que, se bem-sucedido, resultará no retorno de Zambelli ao Brasil para cumprimento da pena imposta pela Justiça nacional.