Deputado que entregou Zambelli à polícia também denunciou Bolsonaro à Itália
Angelo Bonelli, que indicou à polícia onde estava Zambelli, já havia alertado sobre Bolsonaro na Itália

O deputado italiano Angelo Bonelli, do Partido Europa Verde, foi quem informou às autoridades italianas o endereço de Carla Zambelli em Roma, o que levou à sua prisão em 29 de julho pela Interpol. Bonelli já havia se posicionado contra a concessão de refúgio à deputada brasileira e alertado sobre riscos à democracia no Brasil.
Ele apresentou documentos com os supostos crimes atribuídos a Zambelli, incluindo a invasão ao sistema do CNJ para inserir um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. Também destacou o episódio em que ela sacou uma arma em via pública em São Paulo. Bonelli propõe inclusive mudanças na legislação italiana para impedir que condenados por atentado à democracia mantenham cidadania italiana.
Antes de denunciar Zambelli, o parlamentar já havia desempenhado papel semelhante em relação a Jair Bolsonaro: em 2023, solicitou que a Itália evitasse conceder cidadania a ele e seus filhos, ressaltando que os atos de 8 de janeiro deveriam ser qualificados como terrorismo e usados como justificativa para negar qualquer acolhimento em solo italiano.
A captura de Zambelli ocorreu em um apartamento na capital italiana. Agora, o governo italiano tem até 48 horas para decidir se mantém sua prisão, concede liberdade provisória ou autoriza a extradição ao Brasil. A articulação de Bonelli foi decisiva para acelerar esse processo dentro do tratado bilateral Brasil‑Itália.
Essa notícia reforça a conexão entre denúncias políticas e cooperação judicial internacional, destacando como lideranças técuicas da Europa podem pressionar pelo cumprimento de acordos e impedir que figuras acusadas de ameaçar a democracia encontrem abrigo no continente.