Carla Zambelli é presa na Itália após denúncia de deputado local
Deputada condenada pelo STF é capturada em Roma graças à denúncia de parlamentar italiano; pedido de extradição já tramita.

A deputada federal Carla Zambelli (PL‑SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal a dez anos de prisão por participar de invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), foi presa em Roma nesta terça‑feira, 29 de julho de 2025, segundo confirmação do Ministério da Justiça do Brasil.
A localização exata se deu após denúncia pública feita pelo deputado italiano Angelo Bonelli, que informou à polícia o endereço onde Zambelli estava hospedada. “Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia”, afirmou Bonelli em rede social, provocando ação imediata das autoridades locais em conjunto com a Interpol.
Desde sua condenação em maio, Zambelli estava foragida e com o nome incluído na lista vermelha da Interpol, permitindo sua detenção em qualquer país membro. O governo brasileiro já formalizou o pedido de extradição, encaminhado via Itamaraty e acompanhado pela Procuradoria‑Geral da República.
Especialistas em direito internacional avaliam que, por se tratar de crime sem natureza política, a extradição tem boas chances de ser aceita rapidamente pelas autoridades italianas.
A deputada possui dupla cidadania (brasileira e italiana), mas o acordo bilateral permite extradição de nacionais quando se trata de crimes graves e firmes evidências.A execução da captura não ocorreu antes por questões formais; conforme esclarecido pelo governo italiano, não foi “lapso temporal”, mas o fato de ela estar em domicílio privado exigiu abordagem criteriosa das autoridades.
O advogado e professor de Direito Internacional Fabrício Polido destaca que mesmo com dupla cidadania, Zambelli “pode ser presa fora do Brasil” graças ao tratado de extradição entre Brasil e Itália e à notificação vermelha da Interpol.
Se confirmada a extradição, Zambelli deverá ser trazida ao Brasil para cumprir pena em regime fechado, com escolta policial internacional. Enquanto isso, a companheira de partido e aliados evitam comentar publicamente, e partidos de oposição exigem imediata cassação do mandato parlamentar, que já estava suspenso por licença de 127 dias aprovada na Câmara.