STF encerra interrogatório de 31 réus da trama golpista
Com interrogatórios finalizados, o STF avança no julgamento dos núcleos conspiradores, incluindo Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu nesta segunda-feira (28/7) os interrogatórios de 31 pessoas acusadas de integrar a trama golpista dirigida a impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022, desmantelando quatro núcleos conspiratórios, sendo o Núcleo 1 o mais relevante, com Jair Bolsonaro e sete aliados.
O interrogatório final foi do Núcleo 3 — formado por militares das Forças Especiais (conhecidos como “kids pretos”) e um policial federal — acusado por monitorar o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula, além de preparar operações armadas contra o Estado Democrático de Direito .
Agora, os réus do Núcleo 3 têm prazo de cinco dias para requerer diligências complementares ou apresentar novos pedidos. Depois disso, abre-se o prazo de 15 dias para as alegações finais da Defesa e da Procuradoria‑Geral da República (PGR) — etapa preparatória ao julgamento definitivo pela Primeira Turma do STF.
No Núcleo 1, o que tem Bolsonaro como réu central, a PGR já protocolou o pedido de condenação e aguarda as alegações finais de colaboradores, como Mauro Cid, e das defesas. O julgamento deve ocorrer ainda em setembro, fortalecendo a resposta institucional ao golpe judicial-político .
Todos os réus respondem por crimes gravíssimos: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado por violência e ameaças, além de deterioração de patrimônio tombado — evidências claras da audácia golpista que quase desmantelou o país.
Essa etapa final do interrogatório marca a virada do processo: da compilação de provas à reta de julgamento. Resta ao STF demonstrar que a lei não é falível, e que o fantasma da contrarrevolução bolsonarista será enfrentado com rigor institucional.