Redação

A direita escancarou sua guerra interna. A luta pelo legado eleitoral de Jair Bolsonaro para 2026 virou conflito aberto entre seus filhos mais representativos: Flávio, o senador pragmático do RJ, e Eduardo, o deputado licenciado que opera desde os EUA com ambições presidenciais.

Reportagem do Diário do Centro do Mundo mostra que internautas do PL não escondem: há uma racha que divide horizontes — uns defendem um nome consensual de centro-direita; outros apostam no radicalismo midiático de Eduardo. O cenário político virou campo minado. A direita ainda não decidiu se Eduardo é plano B, mas o PL já sinaliza que se Bolsonaro continuar inelegível até 2030, caberá a ele impulsionar um nome da família.

Eduardo Bolsonaro tem se mantido inacessível e operando de fora. Desde março, mora nos EUA e apoia tarifações econômicas de Trump contra o Brasil. Sua atuação internacional em defesa do pai rendeu preocupações dentro do PL. Fontes dizem que o deputado “está fora de controle” e obcecado por protagonismo como candidato, em clara insubordinação até ao pai.;

Do outro lado, Flávio Bolsonaro aparece como interlocutor interno mais estável. Sua proximidade com o Centrão e envolvimento institucional dão suporte político dentro do partido. Ele, inclusive, entrou na disputa para garantir seu lugar como candidato mais viável à presidência, denunciando condutas erráticas de Eduardo enquanto tentam controlar o futuro eleitoral do clã.

A crise vai além da disputa fraterna: é disputa por narrativa. Eduardo quer emplacar sanções e retaliações dos EUA como moeda política, enquanto Flávio busca consenso interno e alianças pragmáticas. O PL se vê dividido entre seguir radicalismo midiático ou optar por estabilidade institucional. Essa rachadura pode fragilizar o campo bolsonarista no momento em que Lula já se posiciona como candidato forte e centralizador à reeleição.