O embate não é só econômico: é geopolítico. Trump desafiou as regras internacionais, tentou calar o STF americano e dividiu o mundo — o Brasil resistiu. Essa crise não é simbólica: ela define quem governa no Sul global.

A revista britânica The Economist analisou a crise entre os Estados Unidos e o Brasil, liderada por Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, e classificou o momento como “uma das mais graves desde a Guerra Fria” — lembrando que a retórica e as medidas unilaterais de Washington extrapolam qualquer pressão diplomática convencional.

O encalço começou com a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, justificada por Trump como uma retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe. A medida é rara, já que os EUA operam com superávit comercial frente ao Brasil, o que reforça seu caráter político mais do que econômico.

Para a Economist, o episódio representa uma virada dramática: não se trata apenas de disputa comercial, mas de uma estratégia que tenta interferir na independência judicial do Brasil — em especial no caso conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, alvo também de sanções de visto por parte da administração americana.

O que está em jogo

  • Soberania ameaçada: Trump usa sua força econômica como instrumento de pressão política, mas isso é percebido no Brasil como um ataque à autonomia democrática — e Lula tem respondido com firmeza diplomática e retaliações possíveis em base legislativa.
  • Bônus político para Lula: Tentativa de Trump acabou fortalecendo a imagem do presidente brasileiro no momento político mais delicado de seu mandato. Pesquisas internas revelam aumento de apoio popular e a oposição conservadora se enfraquece, inclusive dentro do empresariado prejudicado pelas tarifa.
  • Reação internacional: Países do BRICS e União Europeia reiteram solidariedade ao Brasil e criticam o uso de tarifas como arma de coerção. A própria OMC foi acionada para mediação diante da arbitrariedade dos EUA.
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